Caminhada Pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas acontece em BH neste domingo
Minas Gerais traz uma marca negativa de ser o segundo estado em números de feminicídios, com crescimento de 18% de assassinatos de mulheres nos últimos dois anos, segundo dados do Levantamento sobre Feminicídios do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Sempre engajado em causas sociais, em resposta às alarmantes estatísticas, o bloco Baianas Ozadas se juntará à 7ª edição da Caminhada Pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas, marcada para domingo, 1º de dezembro, às 9h, com concentração na Praça da Bandeira, em Belo Horizonte, com o objetivo de conscientizar e promover a igualdade de gênero. O ato acontecerá nesta data em 115 cidades brasileiras, simultaneamente.
Geo Ozado, idealizador e vocalista do bloco Baianas Ozadas, expressa sua honra e motivação por esta parceria. “A nossa intenção é utilizar toda essa vitrine que é o carnaval para dar visibilidade à questão crítica da violência contra as mulheres. Convidamos todos a vestir laranja, cor escolhida pela ONU para simbolizar a luta contra o feminicídio, ou o branco que é a nossa cor natural num pedido de paz, e chamamos os homens para se engajar nesta causa, em oposição a comportamentos tóxicos e opressivos em busca da formação de uma ‘masculinidade saudável’”, disse.
A violência de gênero é considerada, pela Organização das Nações Unidas (ONU), uma pandemia global, cujas estatísticas são alarmantes. Segundo o último relatório divulgado pela instituição, mais de 80 mil mulheres foram assassinadas no mundo em 2021, o que equivale a cinco mortes por hora. Desse total, 56% foram mortas por seus parceiros ou companheiros.
No Brasil, onde uma menina ou mulher é estuprada a cada 10 minutos, três são vítimas de feminicídio por dia, e 26 sofrem agressões por hora, segundo informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Dados do mesmo Fórum, divulgados, em novembro de 2023, apontam que apenas no primeiro semestre desse ano, houve um aumento de 2,6% nos casos de feminicídio no país, num comparativo ao mesmo período em 2022. Os casos de estupros subiram 14,9%, sendo que, desses, 70% tiveram meninas de até 13 anos como vítimas.
Sobre o Baianas Ozadas
Fundado em 2012, pelo jornalista e músico baiano Geo Cardoso, que mais tarde adotou como nome artístico “Geo Ozado”, o Baianas Ozadas dissemina entre os mineiros a cultura e musicalidade do estado natal do seu criador. Foi o bloco responsável por “baianizar” a folia belo-horizontina, sendo recordista de público e transformando a segunda-feira num grande Carnaval popular no centro da cidade. No ano da fundação, o grupo era apenas uma ala de sete pessoas, o idealizador entre familiares e amigos, que despretensiosamente, queriam aproveitar a folia que novamente floresceu na capital.
A partir de 2013, foi formada a primeira bateria de rua do Baianas Ozadas, adotando uma temática a cada edição, com crescimento vertiginoso ano a ano. Em 2017, reuniu um público de 500 mil foliões, divulgado pela imprensa, sendo, possivelmente o recorde da festa momesca na capital, pois à época não existiam tantos grandes blocos para disputar os foliões.
Em 2023, com um ano de atraso devido à paralização da pandemia da Covid-19, o bloco comemorou uma década de de fundação em um cortejo histórico que marcou a grande retomada do Carnaval e uma celebração à força feminina. No ano de 2024, fez uma linda homenagem ao Ara Ketu e desfilou na inédita avenida sonorizada.