Considerados traidores do movimento revolucionário, Márcio Toledo, Carlos Alberto Cardoso, Francisco Alvarenga e Salatiel Rolim foram julgados à revelia, condenados à morte e executados pelos companheiros de luta armada à ditadura brasileira.
A arbitrariedade nos assassinatos, que foi apenas o contexto executado pelo jornalista entre 197 e 73, são o objeto de investigação dos assassinatos, nos tribunais, foi executado pelo jornalista Lucas Ferraz e lançado em livro pela Companhia das Letras.
Com base e entrevistas com ex-rrilheiros, familiares das vítimas e militares, documentos em busca de documentos de lutamentos ocorridos dentro de armas, foram confirmados para a documentação histórica dos ‘anos de chumbo’ no Brasil.
Crédito: Avener Prado
Iniciada em 2007 com a pesquisa de novos arquivos da repressão, a abertura também busca temas como as infiltrações dos serviços secretos do regime e a disparidade de força e poder entre a repressão e a guerrilha.
Morando na Itália, de onde escreveu o livro, Ferraz está no Brasil para participar de eventos de divulgação do livro. Ele concedeu por email a seguinte entrevista ao Portal IMPRENSA:
Portal IMPRENSA – Você presta atenção como repórter na FSP em 011, ano da criação da Verdade. É isso mesmo? Você cobriu esse tema? Em que medida essa experiência te levou a escrever esse livro sobre a história das execuções de militantes nos tribunais revolucionários durante a ditadura?
Lucas Ferraz – Eu cobri uma parte da justiça NV (Eu que funcionou entre 2012 e 14) FSP, mas entrei a partir de 2007. e depois a organização do acervo da repressão e da ditadura no Arquivo Nacional (governos Lula e Dilma). Essa experiência foi fundamental: Injustiçados é fruto desse período e do meu trabalho de repórter acompanhando esses temas.
Portal IMPRENSA – Com a chegada de Bolsonaro, tenta-se que os eventos históricos do período da ditadura ganhem força entre os setores mais conservadores, uma vez que pode escrever a produção de conteúdo nesse sentido. Você teme que seu livro seja usado por extremistas para justificar crimes da ditadura?
Lucas Ferraz – Esse é um tema já explorador em círculos extremistas desde a ditadura. Cada um vai fazer sua leitura, mas é impossível falar dos justiçamentos sem entender crimes e as arbitrariedades da ditadura. E eles estão presentes no livro. Mas, claro: pode-se esperar qualquer coisa de gente que considera o nazismo como algo da esquerda. Essa eventual exploração – que, quase um mês depois do lançamento do livro, ainda não aconteceu – não me preocupa. Como jornalista e autor, não tenho o menor controle sobre isso.
Portal IMPRENSA – a entrevistas foram realizadas, aproximadamente, durante quantas apresentações do livro e os principais que você ouviu?
Lucas Ferraz – Ouvi 2 pessoas, entre consultados e agilidade. Mais alguns tantos que foram procurados e não quiseram ser capazes. Com alguns dos principais personagens, guerrilheiros falará ex-colega de justiçamentos aos familiares e amigos que acompanharam os anos à época da luta (muitos de fora da luta conseguiu e da militância). Também falei com militares da repressão.
Portal IMPRENSA – Em termos de documentos e outros materiais da época, quais são suas principais fontes de informação para a elaboração do livro?
Lucas Ferraz – Há muitos documentos disponíveis sobre os fatos narrados no livro. Eles estão sobretudo no Arquivo Nacional de Brasília, mas também há coisas nos arquivos públicos dos Estados de SP e RJ. Além de universidades como o Projeto República da UFMG. Também utilizar os documentos das organizações que participaram da luta armada, cartas de militantes e selecionaram os jornais da época (além de livros, teses acadêmicas e reportagens de colegas jornalistas).
Portal IMPRENSA – Você teve algum tipo de ajuda para levantar as informações?
Lucas Ferraz – Claro, ajuda de diversas pessoas colegas: jornalistas, pesquisadores, funcionários de arquivos públicos, familiares das vítimas, ex-militantes, militares, etc.
Portal IMPRENSA – Como foi escrever o livro na Itália? A distância dificil o trabalho?
Lucas Ferraz – No processo de escrita, a distância não foi um problema. Acho até que foi positivo finalizar o livro na Itália, distante do Brasil de Bolsonaro.
Portal IMPRENSA – Quando e por que você decidiu viver fora do país?
Lucas Ferraz – Saí em abril de 2018, por motivos familiares – e calhou deu ver de longe o desastre dos últimos anos.
Portal IMPRENSA – Como tem sido a repercussão do livro em setores de esquerda até hoje simpáticos à luta armada?
Lucas Ferraz A esquerda são muitas – e geralmente são fortalezas. Houve quem acolheu bem, houve quem acolheu mal. Como esperado.
Portal IMPRENSA – E como tem sido a repercussão entre jornalistas? Recentemente o livro foi elogiado na coluna de Janio de Freitas…
Lucas Ferraz – Tem sido muito positivo. O livro merece uma nota muito simpática de Janio de Frei que gostou do, além de citações, de outros colegas jornalistas e escritores como Marçal Aquino.
Portal IMPRENSA – Como tem sido o trabalho de divulgação e lançamento do livro? Você veio ao Brasil para isso?
A vinda ao Brasil também tem relação com o livro. Houve um livro São Paulo e Belo Horizonte e será lançado em terceiro em Itabira (no sábado, dia 20), minha cidade natal, onde o foi apresentado (online) no final de outubro no primeiro festival literário de Itabira. Mas retorno para a Itália ainda este mês, a passagem por aqui será breve.
Portal IMPRENSA – Já está pensando em um novo livro-reportagem? Se sim, poderiar detalhes?
Lucas Ferraz – Sim, mas ainda não sei qual será o novo projeto.